terça-feira, 8 de junho de 2010

Música sagrada e profana?



Necessário é igualarmos nossos conceitos de louvor e adoração. Não é um estilo de música, mas um estilo de vida. Assim sendo, é possível cantar uma música "evangélica" e não estar louvando por que sua vida não adora. Também é possível cantar uma música "secular" e estar louvando pois sua vida adora a Deus. Para adorar não é preciso dizer frases diretas de louvor a Deus como "te adoramos" ou "seja engrandecido". Se assim fosse, como poderíamos glorificá-lo "comendo e bebendo" como diz em 1Co.10.31? Como pode um músico viver em adoração se ele precisa tocar em bares, pubs etc? O que ele faz não pode ser adoração? O que quero dizer em primeiro lugar é que essa discussão não está no contexto do que é ou que não é louvor. O que faz uma música sagrada ou profana é o seu uso. O ministério de louvor não se restringem aos afinados nem aos músicos.

Acho que a discussão está na filosofia da igreja e na estratégia de alcance de seu público alvo (os não frequentadores de igrejas). Não diria nem que é uma forma de evangelizar, pois quem faz isso é o evangelho dito clara e explicitamente, mas diria que é uma forma de ganhar o direito de ser ouvido, de se identificar, de se fazer "igual". Acho que se uma pessoa chega cansada e procurando algo diferente e encontra, além desse algo diferente, um grupo que se identifica com ela, que fala a partir da realidade que ela vive, será mais fácil a aceitação do evangelho explicito depois. Como já dito, as músicas "seculares" no culto tem uma função ilustrativa, como um vídeo de uma propaganda, filme, poema, citações de pessoas "de lá" etc.

Agora, uma ressalva: seja o que for, acredito que tem que ser uma posição unanime da liderança e de todo o grupo de música. Primeiro por ser um assunto polêmico e que precisaria que todos tivessem um mesmo discurso diante da comunidade que, com certeza, questionará. Segundo que é, no minimo desagradável (pra não dizer errado) para um membro do grupo fazer aquilo que não tem convicção. É melhor que não se faça (por esse motivo). Enquanto não houver unanimidade, não se deve incluir essas músicas no culto. Aqui sim, cabe o versículo de 1Co.13.8: "E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.". "Escândalo" não é chocar as pessoas (se fosse assim Cristo teria pecado muitas vezes), mas é fazer as pessoas pecarem (fazer aquilo que tem dúvida se é certo ou errado, ou certeza de que é errado).

3 comentários:

  1. A Palavra de Deus está sendo dita.
    Pessoas estão refletindo sobre o que ela cantou.
    Quem não conhecia essa oração, conheceu através da cantora.

    A própria cantora deve ter refletido sobre o que cantou.

    A Palavra de Deus não precisa da nossa santidade para fazer efeito. Esse poder não é nosso.
    Porque se Ele fosse contar com isso, a grande maioria de nós teria que ficar quietinho em casa, tamanha a imundície de nosss almas.

    Quando Cazuza cantava: "ideologia, eu quero uma pra viver", era um grito agonizante de sua alma em busca de preencher o vazio que ele ainda não sabia só o Senhor poderia preencher. Mas ele desabafou em público, e ao invés de as igrejas orarem por esse apelo de um oprimido, criticaram suas letras e se fecharam para ele.
    Jesus aqui talvez teria dito: "minha paz vos dou". E "Eu não o condeno. Vá e não peques mais". "Aquele que vem a mim jamais terá sede, essa que vc gritou na sua música". Coisas assim.

    Artista é sensível e tem alma, salva ou não. Cabe sempre a nós colaborar para que eles e toda a humanidade tenha um encontro com Jesus.

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  2. Obrigado, Benlio, pela sua palavra aqui. Sabemos que vc fala com conhecimento de causa. Valeu mesmo. Se puder, duvulga aí o blog.

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  3. Concordo.

    Acredito inclusive que seja mais fácil, para uma pessoa estranha ao meio da igreja, ter contato com esse grupo mediante a arte com que tem contato cotidianamente.

    Para ilustrar: http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=186&Itemid=26

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