
Parece que tudo silencia diante da voz de Deus que nos abre as janelas do céu em algumas cenas durante a vida. Quando o Gerson disse que cantaria a música "Sobretudo Quando Chove" (vídeo) que tinha feito para o seu filho ali presente, o menino correu e se assentou numa caixa de som e ali ficou, aconchegado nas pernas de seu pai. Ora ele olhava atento às suas mão correndo pelo violão fazendo acordes que ele nem sonhava entender, ora baixava sua cabeça e descansava o olhar no colo do pai. Acabada a música, Gerson beijou a cabeça do filho, afagou-o, tocou mais uma música e encerrou sua apresentação.
Vi ali uma imagem da paternidade de Deus. Não são poucas as vezes que somos como Bernardo. Parece que todos ao nosso redor estão felizes e animados (vida de Orkut), menos nós. Há uma febre chata que não nos abandona. Uma profunda tristeza e melancolia. Até que ouvimos a voz do Pai cantando uma música composta exclusivamente para nós. Deus vai alegrando o nosso coração a cada pequena nova percepção da vida. Não entendemos nada dos movimentos de suas mãos, mas sentimos que podemos descansar em seus pés, como Maria ou como a mulher na casa de Simão. No final, pode ser que a "febre" até permaneça mais algum tempo, mas o beijo do pai nos dá a certeza do seu cuidado, atenção e amor.
No dia seguinte, Domingo, Bernardo já estava melhor, a percussão já não estava largada entre os músicos e o Gerson teve outra preocupação, a de fazer o filho tocar no ritmo correto da música. Acho que ele gostou mais desse segundo problema.
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